quinta-feira, agosto 02, 2012

"SE EU FOSSE IRANIANO, TERIA MEDO DAS PRÓXIMAS 12 SEMANAS"...

Esta declaração "bombástica" de Efraim Halevy, o ex-chefe da Mossad (a célebre e temível agência de espionagem israelita) ao jornal americano "New York Times" surge na altura em que tanto o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Ehud Barak, ambos avisam que o tempo para sanções e diplomacia está a esgotar-se, e isto no meio de crescentes especulações de que um ataque às instalações nucleares iranianas poderá ter lugar antes das eleições presidenciais norte-americanas em Novembro próximo.
"Se eu fosse iraniano, estaria cheio de medo das próximas 12 semanas." - afirmou Halevy.
Especulações nos mídia e nos círculos políticos acerca da ocasião de um potencial ataque ao Irão têm-se concentrado nestas últimas semanas sobre se isso terá necessidade de acontecer depois do verão, antes das eleições norte-americanas, ou se poderá esperar para depois, talvez até à próxima primavera. Isso porque os israelitas não gostam de guerras no inverno e porque certamente o próximo presidente eleito nos EUA não irá querer iniciar o seu mandato com uma guerra... 
No início desta semana, tanto Netanyahu como Barak avisaram que o tempo para sanções e diplomacia que surtam efeito nas ambições nucleares do Irão está-se a esgotar. Ambos fizeram estas declarações durante uma visita a Israel do secretário norte-americano para a defesa Leon Panetta.   
"Nós temos claramente algo a perder com esta extensão de tempo (durante o qual) as sanções e a diplomacia ocupam lugar, uma vez que os iranianos estão a avançar, e não só no enriquecimento do urânio," - afirmou Barak.
Falando antes do encontro com Panetta no seu gabinete em Jerusalém, Netanyahu disse que a permanente retórica sobre todas as opções estarem em cima da mesa em relação ao Irão não tem afectado os ayatollahs.
Embora reconhecendo que as sanções têm produzido algum efeito, e prevendo que as recentes sanções que o presidente norte-americano Barack Obama e o congresso americano fizeram avançar terão um impacto ainda maior, Netanyahu disse mesmo assim que nem as sanções nem a diplomacia têm surtido algum efeito no programa de armas nucleares da República Islâmica do Irão.
Lembrando que Panetta disse recentemente que se tudo o mais falhar, a América iria agir, o primeiro-ministro israelita disse que "por mais duras que sejam as nossas afirmações, elas não têm convencido o Irão de que estamos a falar a sério quando nos referimos a interrompê-los nesse propósito. Neste momento o regime iraniano acredita que a comunidade internacional não tem a vontade para parar o seu programa nuclear. Isto tem de mudar e tem de mudar rapidamente, uma vez que o tempo para se resolver isto pacificamente está a esgotar-se."
Numa entrevista concedida ontem à noite ao Canal 2 da TV israelita, Netanyahu - quando questionado se acredita que quando os líderes norte-americanos dizem inequivocamente que não vão permitir que o Irão consiga armas nucleares - respondeu que "a fonte e o fundamento do Estado de Israel é que não iremos deixar assuntos respeitantes à nossa sorte e destino nas mãos de outros, até mesmo dos nossos melhores amigos."
Shalom, Israel!

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